domingo, 3 de agosto de 2008

A Carta

Não falei contigo com medo que os montes e vales que me achas
caíssem a teus pés...Acredito e entendo que a estabilidade lógica
de quem não quer explodir faça bem ao escudo que és...
Saudade é o ar que vou sugando e aceitando
como fruto de Verão nos jardins do teu beijo...
Mas sinto que sabes que sentes também que num dia maior
serás trapézio sem rede a pairar sobre o mundo e tudo o que vejo...
É que hoje acordei e lembrei-me que sou mago feiticeiro
Que a minha bola de cristal é folha de papel
E nela te pinto nua, nua numa chama minha e tua.
numa chama minha e tua.
Desconfio que ainda não reparaste que o teu destino foi inventado
por gira-discos estragados aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico de sincronização do coração
são leis como paredes e tetos cujos vidros vais pisando...
Anseio o dia em que acordares por cima de todos os teus números
raízes quadradas de somas subtraídas sempre com a mesma solução...
Podias deixar de fazer da vida um ciclo vicioso harmonioso
ao teu gesto mimado e à palma da tua mão...
É que hoje acordei e lembrei-me que sou mago feiticeiro
e a minha bola de cristal é folha de papel
E nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.Numa chama minha e tua.
Desculpa se te fiz fogo e noite sem pedir autorização por escrito
ao sindicato dos Deuses...mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei como refúgio dos meus sentidos
pedaço de silêncios perdidos que voltei a encontrar em ti...
É que hoje acordei e lembrei-me que sou mago feiticeiro...
...E nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua.Numa chama minha e tua.
Ainda magoas alguém. O tiro passou-me ao lado
Ainda magoas alguém. Se não te deste a ninguém magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado.A mim... passou-me ao lado.

Toranja

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