Está frio. O tempo com o seu passar ganha outra relatividade. Ao menos já não sinto a dor, mas ainda sinto a perda. E começo a congelar. Deve ser da idade. Em retrocesso, aliás. O simples gesto de ver as horas começa a ser compulsivo. Fixo as pedras da calçada desalinhadas. Oiço passos no pavimento molhado. Já não chove mas escurece. O dia ainda vai a meio, meio a começar, um meio um pouco maior para acabar. Contamos com alguém que não está lá, outra poderia estar, mas também não, e a concluir, ninguém. Confiei demais em mim mesma e traí-me despercebida.
S. Albino
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